quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Yeah you people all know what he's talkin' about!


É uma questão de perspectiva.

Lembras-te do filme "Melinda e Melinda" do Woody Allen? Naquele em que o Senhor do Clarinete aposta na exploração das peripécias de uma personagem - Melinda - segundo duas perspectivas: uma tendencialmente cómica, outra baseada numa vertente mais dramática. Tu, na última postagem, fizeste a descrição do ano 2007 segundo a primeira perspectiva. E fizeste tu muito bem porque já que tudo é bipolar, escolhamos da vida o seu pólo positivo.

Há uma tese muito plausível que diz: "Os homens melhoram com a idade." Olha, tu és um argumento exemplar. Estás muito melhor, João. Não sei se é do Tejo, da Dança ou mesmo do peso da idade. Estás mais desinibido, mas light, mais puto. E isso é bom quando conciliado com uma dosagem mínima e suficiente de responsabilidade.

Este ano foi o que foi. Muita Melinda Amarela e muita Melinda Cinzenta. Concretizaram-se todos os sonhos que tinham sido escritos em conjunto naquele bloquinho. É verdade. Lisboa e Porto de mãos entrelaçadas. Entretanto, surgiram coisas (coisas no sentido pejorativo) que não foram idealizadas. São coisas prosaicas, são quezílias dolorosas e de lágrimas à porta de casa.

Mas, é bom teres a sensatez de escolher a cor amarela para a dissertação, só assim somos justos com o que o destino nos reservou. (Faz figas para que ouçamos em 2008 a Yellow no Pavilhão Atlântico)

SPREAD THE LOVE VIBRATION, UH HUH.

Maravilhoso.

Eu, agora, olho para trás e vejo que o concerto de Josh Rouse foi brilhante. O problema não foi a apatia da banda, foi a nossa na altura.

É muito difícil viver. Temos que ser inteligentes a gerir as coisas da vida. Eu tenho aprendido isso com a capital. Percebes-me, Chibiuzo?

Olha, obrigada por tudo. És o meu companheiro de vida. Sabes tudo de mim, conheces tudo de mim, o de melhor e o de muito, muito, mas muito pior. Agradeço os mimos, a paciência. A sério, é sincero. Digo-o a toda gente "Aquele rapaz é um santo para mim". Eu sinto mesmo a tua amizade, carinho, admiração, amor e vontade. É raro sentir-se tudo isto num rapaz, num homem. Eu amo-te, ouviste? Eu sou assim. Chata. E opá, mimada e não posso ser contrariada, eu sei. Desculpa.

Dançámos tanto na noite de quinta. Estavas tão bem. Apresentei-te à minha turma e tudo. É possível sermos normais, não é? Entendes o que quero dizer com "normais"?

Agora vens para cá, teatro, moulinex, let's rock and the show must go on.

Eu estou também com pica, cá te espero.


Com o carinho do costume,

Carla :)

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

3 a saber a 2.

Meu, 3 passagens de ano !
Não é fácil começar a escrever sobre este ano, mas enfim, comece-se sempre pelas premissas mais fortes:
Haja o blog, terceira habitação de quem o escreve*.
Haja Lisboa, Senhor!
Haja nova abertura de espírito a coisas novas, o meu primeiro festival, a música da disconight, os novos amigos (epa tirando os de informática... lol) e a criar-se pelo menos o princípio do "ser razoável".
Haja saudades de Viseu.
Haja Estremoz e o barco de borracha, e a coragem de tirar 4 fotos a dançar.
Haja dança e música para todos!
(...)
Esta lista é infinita, basta-te querer pensar sobre as coisas boas que tivemos em 365 dias, menos desse número não arranjas, ou pelo menos espero.

A pior coisa deste ano foi sem dúvida as saudades que eu sinto do bloquinho. São palavras tão acertadas que da última vez que li a primeira página da minha autoria fiquei espalmado lá: "Mas como é que eu disse o que sinto agora?"
É um romântico certo, o que escreves, não é lamechas mas sim apaixonante, é futurístico e é simplista, é exposto e reservado, e é bonito de mais para alguma vez se perder.
Agradeço-te por teres composto uma obra assim comigo, para sempre.
Well, mas isto é sobre este ano, não é? Raios me partam mais a minha cabeça... Sempre a dizer que ama e a dizer que gosta e que faz e que gosta que gostas e que faças...
Mas afinal, este ano não é isso?
Pronto, está bem, tem coisas muito más... Mas foda-se, eu não penso nelas, e é por isso que estou contigo, é por isso que te quero, porque consegui muito bem segurar-me ao tronco em vez da folha.
Compreendo que tenhas preferido a folha. A folha é nossa, e é frágil, é mais bonita que o tronco, e tem um barulho giro quando se pisa e é castanha. A sério que compreendo, porque também não fui eu que escolhi não perder o interesse em tudo isto e continuar.
O certo é que penso em festejar o ano e só me apetece ganir de feliz, é esta a verdade. Nunca penso no mau. Eu é assim olha: Xi caraças, começa agora mais um ano em que estou em Lisboa, pronto está bem que em informática amigos talvez faça um fixe, dois vá, mas agora tenho música, tenho casa, tenho as saídas, tenho o tempo a daqui por nada a aquecer... E enquanto estiver frio tenho a minha namorada para cuidar! Sim, porque ela pode ficar constipada e afónica a qualquer altura e eu posso ter que ir gritar "TÁXI, CARALHO!" por ela ou assim.. Sei lá... Levar-lhe um leitinho se precisar, ou então ir controlar o gajo que mora lá com ela, que é bixa mas nunca se sabe (lol imagina)... (Não, assim não ia era mais a tua casa, fdx!)
Vou para Viseu não tarda nada, vou cuidar de ti e vou cuidar de mim, e vou rockar mais uma passagem de ano com o Moulinex, que tem Inês escrito em letra dread do irc. (inex, yah?)


Okay, desculpa. Talvez não consiga ser verdadeiro quanto ao que foi este ano. Repara-me novamente a tentar dizer a qualquer invejoso que leia o nosso blog (só a dizer invejoso já tou a dizer bem de nós, fds) que tivemos um ano longe de sossegado, divertido e apaixonante:
Fomos ao Porto, tirei fotos contigo de pernas 'pró ar na Ribeira e passei a ponte contigo! (E também pinei, só para saberes ó invejoso do caraças!)
Epa, não consigo, vês?
Para ti talvez o ano seja outra coisa, mas não te vou pedir que experimentes se consegues dizer mal deste ano.
Like i said, se estiveres muitos comigo nem dás conta deste. É preciso é quereres.
Eu quero entrar neste ano, não com o pé direito, mas com vinte e três biqueiradas em qualquer coisa de madeira, e com vinte e três beijos na tua boca. É este o meu desejo. E se em ti, como em mim, houver qualquer coisa de Americano, mais concretamente de Nova-Iorquino, façam-se os New Year Resolutions:
-Amor, para mim e para ti;
-Saúde, para mim, para ti, e para quem nos é querido (desculpem lá, não estou a dizer por mal nem a ser egoísta, ela percebe)
-Paixão, bués mesmo.
-Gonna read more books, gonna keep up with the news, Gonna learn how to cook, spend less money on shoes...
-Turururururururu...
-Apanhar coldplay contigo.
-Acabar o bloquinho contigo, comprar mais um.
-E epa, principalmente, voltarmos ao nosso melhor, e temos que nos motivar e estimular um ao outro, mesmo.
-Dizer, todos os dias, que sou feliz contigo, e sou.

E, para finalizar, tenho só uma coisa para te dizer:

JAMIE CULLUM FUCKING SAID:
Gonna drink less beer, and start all over again!
Next Year, TURURURURURURURU!

Amo-te. Porta bem, carinho.


*A primeira habitação somos nós, a segunda habitação é o bloquinho, a terceira o blogue. Viveremos onde quiseres.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Receita

Bacalhau ao Natural

Ingredientes:
1 posta de bacalhau
1 litro de água
1 CD de Jimmy Cliff
1 pacote de chá biológico

Deite a água dentro de uma chaleira e ponha ao lume. Ligue a alta fidelidade e ponha o Cd de Jimmy Cliff, se possível na faixa «By The Rivers Of Babylon». De seguida, disponha-se numa rede ou em alternativa o sofá. Não refogue nada e espere até que a água ferva. Deixe tudo ao natural, não demolhe o bacalhau. Arranque as barbas ao bacalhau, não ceda à tentação de fazer um bacalhau à anos 70 (não caia no ridículo, bacalhaus desses só mesmo nessa altura é que se comia).
Entretanto ponha a saqueta de chá dentro da chaleira e deixe repousar durante alguns minutos. Converse com os amigos que previamente convidou e deixe fluir uma energia positiva que se sinta em toda a casa. De seguida partilhe o chá demoradamente. Entretanto o bacalhau está pronto.
Coloque-o numa travessa e leve-o para a sala acompanhado de garfos q.b. Sorria. Fique feliz. Porque apesar de seco é natural.

sábado, 17 de novembro de 2007

O Bairro Alto

Não sei se já despachaste o etmóide ou não, estou de costas para ti à procura de um projecto para amanhã. Fazemos dois anos.
Encontrei pouco ou nada pela net, parece-me que se vai improvisar amanhã.
Pas mal, já se anda a aprender isso.

Mas ainda assim encontrei isto:

"O meu nome é Isalina Carvalho e nasci no Bairro Alto em 1944.
O Bairro Alto encontra-se empoleirado na encosta da mais alta das sete colinas de Lisboa. É um dos bairros mais antigos da capital (mais de 400 anos) e também um dos mais populares.
Desde os grandes trabalhos de renovação realizados na década de 90 pela câmara municipal, o bairro já não é exactamente o bairro pitoresco da minha infância mas ainda lhe estou fielmente apegada.
Adoro as suas inumeráveis ruelas repletas de histórias, as suas escadarias que descem rapidamente as encostas da colina, as suas fachadas de cores usadas, as suas varandas floridas em ferro forjado, as suas livrarias antigas, as suas tascas espalhadas onde ainda podemos beber um vinho branco ou um Porto sem idade, o seu miradouro Santa Catarina, o seu eléctrico, os seus ambientes sonoros e os seus odores a sardinha assada.
Sair para ir beber um copo e cantar, isto faz parte da cultura profunda do meu bairro. Isto continua a fascinar-me, assim como o fará sempre.

O Bairro Alto é o teatro da minha vida."

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Citando:

Bacalhoeiro:

"Não actues, sê real.
Quanto mais natural fores,
quanto mais honesto,
mais perto estarás do teu clown.
Olhas recordas...
Energia alta!
Faz rir com o que és,
a maneira com que fazes as coisas...
Não procures o riso, encontra-o."

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Texto pictórico.

Há qualquer coisa de leve na tua mão. Qualquer coisa que aquece o coração. Há qualquer coisa quente quando estás. Qualquer coisa que prende e nos desfaz. E Two Days in Paris desfez-nos em gotas de mar salgado. Foi ali, depois de tantos naufrágios em mares distantes, que percebi que aquela miúda loira, desequilibrada e francesa nos queria dizer alguma coisa. We let her sing us a waltz. "Sou parecida com ela?" "Não." "Eu acho, tanto." E não dissemos mais nada. Eu acho-me mesmo parecida com ela. Talvez ela seja a minha pessoa em dimensão hiperbólica. Não sei. Ela faz o que faço. Ela passa-se como eu. Ela tem a mesma sensibilidade que eu. Very French, very me. Não sei, repito. Mas ela tem o dom da retórica que eu não tenho. Ela é mais sensata depois de causar todas as perturbações à sua volta, ambas estamos geneticamente progamadas para isso, para o caos. Ela depois de uma Guerra de Cem Anos é capaz de discursar pacificamente e persuadir quem a ouve. Eu não. Sou péssima em oratória. Quantas batalhas já perdi contigo por não saber expressar aquilo que me faz tremer? Admiro-a no sentido de ter o conhecimento de se materializar em palavras e terminar com um breve ponto final. Eu não. Eu sou uma suspensão, acabo em reticiências. No entanto, sou previsível. O filme não é fascinante, mas é excelente. Só pela simples coisa: Serendipity. Paris é Lisboa. Lisboa sou eu. Há qualquer coisa na luz de Lisboa que nos faz ficar. Despimo-nos de máscaras e deixamo-nos queimar pelos raios do anonimato. E é tão bom fazer UUU e ouvir-se eco num autocarro amarelo. Não se sente vergonha, está-se de postura claramente descontraída na capital. O Bairro Alto e aquele espaço branco que combina livros antigos com cavalos de baloiço. E o homem velhote que foi responsável pelo guarda-roupa do filme Laranja Mecânica? É demasiado grande, demasiado pequena. Quando chego à terrinha, tudo me é familiar: a estação rodoviária, as lancheiras quentinhas do LanXeirão, a frutaria que fecha só às 20:30. É-me familiar pelo número de vezes que já frequentei esses espaços. Por outro lado, em Lisboa nada me deixa de ser familiar porque aquilo que vejo é aquilo com que sonho. Tanto toco, sinto, vejo e choro nos sonhos como na realidade. As sensações permanecem. "É Medicina, é por baixo, é por cima, é a malta mais potente. É a malta do caralho, é quem tem maior vergalho, é quem fode toda a gente!" Esta é a poesia possível do meu curso. Uma pessoa até acha piada a este tipo de rima fácil-ordinária, mas facilmente se cansa também. Queria já fazer o juramento de Hipócrates e dedicar-me ao ofício, ao sacerdócio. Hei-de ser uma boa médica e tratar com dignidade os doentes. Ah, atenção: não disse pacientes nem utentes, disse doentes. Não quero ser técnica de saúde. Vês? Já estou com discurso à Santana. Engraçado. Quero dar assistência médica e dançar. Quero conciliar estas prioridades. Sempre consegui fazê-lo e não é pela exigência do curso ou pela vasta área da cidade que vou deixar de conseguir. Para semana, começo. E tu, esse Scheme? É fixe? Bugg. Double g? Não sei nada disso. Temos que nos ajudar um ao outro e namorar para sermos felizes, não para sofrermos. Isso é uma estupidez. As crises de défice de atenção são ridículas, "estar a rachar lenha" é desnecessário, o ciúme vingativo é pior que fumar. Quero que saibas que não gosto de brincar aos namorados, gosto do género dramático em palcos de teatro, não nas nossas ruas. Vamos crescer. Vamos dividir tempos em ecopontos. Precisamos de nos renovar, reutilizar, reciclar. Somos tão novos e já temos muitas rugas de expressão. Sabias que a largura máxima de um veículo é 2,55 metros?

Diálogo Final, só de um filme.

"To sum up the four hours of discussion that followed, it's not easy being in a relationship much less to truly know the other one and accept them as they are and with all their flaws and baggage. Jack confessed to me his fear of being rejected if I truly knew him, if he showed himself totally bare to me. Jack realized after two years of being with me that he didn't know me at all nor did I know him. And to truly love each other, we needed to know the truth about each other, even if it's not so easy to take. So I told him the truth, which was I'd never cheated on him and I also told him that I'd just seen Matthieu that afternoon. He did not get mad at me because nothing had happened, of course. I confessed to Jack that the toughest thing for me was to decide to be with someone for good, the idea that; this is it, this is the man I'm going to spend the rest of my life with. To decide that I will make the effort to stay and work things out and not run off the minute there is a problem, is very difficult for me. I told him I could not be full with just one man for the rest of my life, it was a lie but I said it anyway. He asked me if I thought I was a squirrel, collecting men like nuts to put away for cold winters. I thought it was quite funny. And he said something that hurt my feelings. The tone changed drastically. Then I misunderstood what he was sayiing, I thought he meant he didn't love me anymore and I thought he wanted to break up with me. It always fascinates me how people go from loving you madly to nothing at all, nothing. It hurts so much. When I feel someone is going to leave me, I have a tendency to break up first before I get to hear the whole thing. Here it is. One more, one less. Another wasted love story. I really love this one. When I think that its over, that I'll never see him again like this.... well yes, I'll bump into him, we'll meet our new boyfriend and girlfriend, act as if we had never been together, then we'll slowly think of each other less and less until we forget each other completely. Almost. Always the same for me. Break up, break down. Drink up, fool around. Meet one guy, then another, fuck around. Forget the one and only. Then after a few months of total emptiness start again to look for true love, desperately look everywhere and after two years of loneliness meet a new love and swear it is the one, until that one is gone as well. There's a moment in life where you can't recover any more from another break-up. And even if this person bugs you sixty percent of the time, well you still cant live without him. And even if he wakes you up every day by sneezing right in your face, well you love his sneezes more than anyone else's kisses. I wasn't sure which part you wanted exactly, so here's the whole thing. It's a dirty world Reich, say what you want."

2 Days in Paris, Julie Delpy, 2007.

Surpresa

Viseu quer dizer muita coisa, e desta vez para ti, esperemos que a última, significa "net". E net já sabemos o que significa. Net = páginas da net = blogger = Vinte e três.
Então, aqui vai um apanhadinho do mês de Outubro, nulo em postagens.
Este dia, 23 de outubro, indica o dia 23 do mês 23 de namoro. Coisa assim regressa só e somente no dia 23 do ano 23 de namoro. É de realçar. Há coisas que nunca mais voltam, há que pegar nelas da melhor maneira para que quando se olhe para trás se pense nelas como algo inescurecível.
Should i go back, should i go back, should i?
Nota brevis: Mudou-se a música. um dois três e quatro.


terça-feira, 25 de setembro de 2007

Aroma chapitusco.


Voar pelo melhor preço.

Mecenas de pseudo-poetas perdidos no Chiado.

Estórias da corte real.

Fugas plebeias.

Cappucinos e risos de mel.

Ruas em mãos entrelaçadas.

As três cores do mar.


Das palavras a (de)corações minimalistas, o regresso.

Rotina perfumada em almofadas.


- Alcabideche. Autocarro. Cascais. Comboio (carruagem zoo). Cais do Sodre. Metro. Alameda.

- Casa. A pé. Liceu.


- Algebra. Problemas. Laboratório. Reacções e experiências de bata branca.

- Biologia. Reprodução. Português. Pessoa e heteronímia. Matemática. Probabilidades e Combinatória.


- Casa. Saudade. Pânico. Especulações. Ansiedade. Relógio.

- Companhia. Dança. Movimentos corporais impessoais. Concentração num corpo que não é meu. Staccatos. Chuva no regresso. A pé. Solidão. Casa.


- Surpresas. Correio. Cartas. Presentes. Telefonemas "Gostaste?". Insuficiência.

- 10:00pm. Prendas. Cartas. Telefonema "Então?". Insatisfação.


- Radiohead. High and Dry. Cigarro. Telefonema. Cama. Dores.

- Jeff Buckley. Everybody here wants you. Chã a ferver. Telefonema. Cama. Fantasmas.


- Amor. Amor. Amor. Poesia ao ritmo da deambulação. Desafio ao destino e a sorte.

- Amor. Amor. Amor. Fogo transformador e lava incandescente. Pronta ao sacrifício.


Cada ponto (.) e uma sms que sopra o verbo que não hesita em impor-se ao trovão das noites.


Para ti, João.

sábado, 22 de setembro de 2007

Existo, existo.
Não existes!

Provincianos

Olha, entre outras coisas, a música que coloquei no blogue foi pouco ovacionada.
ou então, também posso começar assim:
Olha, entre outras coisas, lembro-me perfeitamente de um dia aqui em Cascais, me dirigir ao centro, a uma loja de música porque queria comprar uma clássica, nem que custasse dois chavos, para te tocar isto.
Sabes, há sempre, no mínimo, duas maneiras de se escrever uma coisa. Tudo se diz para que haja uma reacção em quem ouve, e as duas maneiras são aquelas que vêm desde o Senhor dos Anéis até ao Luke Skywalker e seu pai, a maneira de se dizer para o Bem e para o Mal. Exemplifique-se:
Foda-se, que merda de semana, andei como a merda a pé, não arranjámos casa para Ti, e ainda por cima fiquei cá a trabalhar, e tu ainda por cima mandas-me postas de bacalhau à cara.
ou...
A semana foi boa para mim, foi como o episódio da praia, só que agora fui eu a sentir o quanto teu amigo sou, mas acho que também o soubeste. Eu sei que não te dei a tua cascata-individual, mas por falta de empenho não foi, para além disso, vai partir de mim a tua liberdade em Lisboa, caso contrário, como acordavas e ias para a faculdade? De mapa? Não, não és turista de Lisboa, és ser de Lisboa, Inês. E eu vou funcionar assim contigo; Queres ir à bica? Okay, tu decides, eu levo-te, e depois já sabes o caminho, pois sabes o quanto és pequenina e te perderias aqui sem mim. Mas eu ensino-te e tu segues.
(vês? Se queres achar que vim dizer "fds" porque estavas aí com o Carlos e etcetera, pensa melhor, a minha casa tem sempre cotonetes, e eu disse-te que fiquei desiludido pela falta de procura quando não te procuro)
Ah, outra coisa. Porquê tanto problema com ficares lá uns tempos? Não me deixes acreditar que só sou teu namorado para ti, porque isso dá barraca; Já te disse, acima de tudo sou teu amigo, quantos mais problemas arranjas pior me deixas por não te entender. É claro que também acho muito cedo, blá blá blá, fartarmp-nos e não sei quê, mas é uma solução, e uma solução em que não te faltará nada, incluindo essas tuas reivindicações desnecessárias que me enfureceram. Já as terias sem pedir, tenho medo de te perder, quero ser melhor para ti. E falta-me ouvir coisas da tua boca que tão bem sabem ouvir, a única coisa da qual estou cansado é dos subentendidos.
Nunca sonhaste entrar em medicina, certo? Pois, eu também nunca sonhei entrar em info, mas gostava de. Tu sentes o mesmo que eu sei. Certo, estudavas com uma casa-cascata. Alguém ta tirou? Não estás a ser humilde com a vida, nem grata. Eu tive que ser estúpido para me darem a oportunidade sequer, e tu ainda de queixas, já a tendo de início. A sério, é de um egoísmo imenso dizeres que nada da tua vida presta e que és uma sem-abrigo. Sem-abrigo é aquele que estava ao pé da PJ, percebes bem?
Se soprares, é vento?
Desde quando é que te sentes mal quando estás nua? Podes sempre demorar 30 minutos no banho? Deixas sempre os pratos por lavar em minha casa?
Ficarás perto de quem te vê mais bonita, nua, vestida. Eu quero sentir isto quando eu for o sujeito, e custa-me.
Escuta, estás a entrar na fase da tua vida em que ficar 30 minutos no banho tem custos, é bom que percebas isso. Daí, é preciso ser-se forte e determinado, e consciente de que a vida às vezes é muito fodida, mas que ao seres persistente ganhas o direito a banhos até ficares com a pele de velho de tanta água.
Eu sei que não queres que te chame de egoísta. Desculpa. Mas a única coisa que me custa actualmente na minha vida, é sentir tanta falta de ti e do meu pai. Ele por uma questão profissional, económica, paterna. Ele está a fazer um sacrifício por mim. Sinto a tua falta porque não sei, percebes? Porque não te sinto por perto a toda a altura, e isto tem pouco a ver com barragens cheinhas de sms's ou chamadas, ou tardes inteiras e pôres-do-sol bonitos todos os dias. E se não queres perder mais nada da tua vida, a solução não é as que inventas, como que saídas de um livro de parvoíces. Tirei-te muito, sei e tenho noção, e sei o quanto quero que tudo seja como queres para que sejas feliz, mas para isso preciso de ser ajudado também, não te vou dizer algo amistoso quando me chamas de cabrão. Sim, é assim mesmo. Sei fazer das tripas coração, mas às vezes gostaria de te ver a cometer um sacrifíciozinho por mim sem te custar e me passares o dia inteiro a azucrinar a cabeça por causa disso.
Prometo ser melhor, sim.
E insisto na mesma coisa desde que se nota neste blog que se apagaram as coisas para ti. Não sinto uns olhos apaixonados recaírem sobre mim há muitas noites, não sinto uma mensagem fora-da-lei sobre mim há muitas noites. Não te vejo a procurar 23's em Lisboa. E Inês, a cura disto tudo está no amor, acredita.

Sou tão da aldeia como tu. Cortava o cabelo à tigela, vestia benetton, via os power rangers, pedi ao meu avô espadas de madeira. Agora, guio-me quase cego em Lisboa. Faltas-me lá tu. Diz-me o mesmo. Diz-me que me queres, perto e sempre, não longe e conforme o semáforo, e eu curo-te as maldades.
Estou em informática, mas olha para mim como o teu médico.

A Casa da Cascata não apareceu.


Nunca sonhei em entrar em Medicina. Nunca sonhei ser médica ou mais do que isso. Sonhava, muitas vezes e acordada, com a minha 'casa cascata'. Não apareceu. Procurei-a contigo, mas não tivemos sorte nem vento.


Lisboa absorveu as minhas lágrimas. Choro. Desespero. Homeless. Sentir-me desalojada numa 'cidade-capital' é duro, muito duro. Sentia-me nua. Não ter casa em Lisboa é igual a não poder demorar 30 minutos no banho; é não poder jantar e pensar 'lavo isto amanhã'; é não poder descalçar-me sem hesitações.


Estiveste comigo sempre, eu sei. Dizias-me sempre onde ficavam os sítios, 'já falta pouco' era o que afirmavas nas correrias de mãos dadas comigo. Desculpa algum excesso, mas sou provinciana.


Viver contigo é a solução temporária. 'Até ao Natal' dizem os meus pais. Não interessa até quando. Interessa é que estejamos bem. Não é fácil ser-se casal num apartamento universitário.


Nada é fácil. Vou-me esforçar. Não me chames de egoísta, imploro-te. Já perdi muita coisa em jogos de afectos contigo e em acções de altruísmo para connosco, não quero perder mais nada nesta etapa de experiências individuais.


Vai correr tudo bem. Vamos começar de novo. Controla os teus vícios e os teus instintos. Eu hei-de controlar os meus também, grande parte deles são reflexo dos teus.






Senti tudo o que disse,


Amo-te


( mais isto )


sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Human After All

Decidi vir pelo exagero para perguntar o que é que nos falta, e juntar a isso uma música super feliz, disconight yo.
Super-mega-ultra-conceito subentendido.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Oh God.

- Posso tirar-te esse ponto negro?

- Podes, mas esse qual?

- O do coração, João.

- Fofinha.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Douro aos pés e Tejo na cabeça.


Querido Bloco,





Estou de volta.

Desculpa a minha partida sem deixar bilhete, mas fui para o Porto e deixei-te em casa.





"Estou a ser chata?" "Não, continua!"




Quinta - chegámos à noite e decidi ver a telenovela porque o meu cérebro tinha de fazer reset de assuntos como Global Positioning System ou funções sinusoidais. Ele desesperado com a minha escolha, vai ao armário buscar uma bolacha de chocolate. A bolacha era maior do que ele. Que imagem bonita tenho eu nos meus ficheiros! De repente, de calções tipo toalha de banho, começa, freneticamente, a fazer ligações entre fios e tau: som. "Liguei à entrada do microfone!"




Sexta - "Lisboa já não tem este espaço todo. Olha para estas couves todas!" Há frases que ficam, sobretudo, quando são ditas em percursos destinados à Póvoa. Uma hora de praia. Juntos na mesma toalha que parecia ter mingado quando estendida na areia. Os grãos de areia eram grandes, mas "assim eram mais fáceis de os tirar dos pés". À noite vimos o "Paris, je t'aime." A fita não podia ter acabado melhor: "this is our last embrace" (o "last" tem um valor exclusivamente poético).


Sábado - A ribeira como nunca foi vista. "Onde é que está o sol? Então, estamos a descer." O teu coração é a minha bússola em passeios citadinos. Dás-me as coordenadas e eu confio cegamente. Descemos ruas e mais ruas. Já se via o Douro quando sorrimos os dois com sensação de conquista. Nunca tinhamos atravessado uma ponte a pé. E aquele vento? Abençoadas correntes celestiais! À noite, deu "Before Sunset". Eu fiquei boquiaberta. O destino não podia ser mais generoso. Foi um dos serendipity's mais sentidos e felizes que alguma vez se cruzou no meu caminho. Depois do filme, o meu obrigada por teres sido tão minucioso.


Domingo - Deixar aquele 10º andar é sempre doloroso, ainda mais quando a chuva e o nevoeiro fazem parte da banda sonora da partida.




"Há quanto tempo namoras com ele?"
"Há quase dois anos, Mãe."

(fez-me esta pergunta ontem e eu achei delicioso responder-lhe)


Ramalde, até para o ano.


domingo, 15 de julho de 2007

Lisboa estuda-se, Porto namora-se.


Pela primeira vez, escrevo no sagrado binário em choro.
Contei no dia doze de julho a pole position do meu ano, seguida em segundo lugar por uma qualquer actividade habitual como o bom cheirinho do perfume, se bem que a uma quantidade de pontos de distância a rondar o número de estrelas que faltam descobrir, ou um pacote de fritos no comboio. Claro que não, o meu ano também não foi assim tão mau, fiz e vi, principalmente, muita coisa bonita. A satisfação que sinto com uma coisa, geralmente bonita em vez de boa, marca os meus anos aos bocadinhos. Sei lá quantos anos tinha e lembro-me de uma qualquer viagem só com os meus avós a um parque natural sei-lá-onde, e a minha avó fez uma corrida comigo. Foi bonito, já o sabor da sobremesa no restaurante caro do guinho do amigo do meu avô guardou-se pela paisagem, bonita.
Estou desancantado comigo. Porém, pus-te a dançar comigo com luz de candeeiro. Olha, eu a chorar outra vez, pensava que já tinha passado.
Cheguei a querer tirar uma fotografia do pôr-do-sol igual, quero dar-te um sorriso semelhante ao do ano passado com o poster, sabes. Levei eu o leite&mel, pas mal, claro. Mas queria tudo perfeito.
Não tenho medo de usar "perfeito", já que mo disseste, eu posso dizer-to sem ter medo que me digas que nada é perfeito. Pois bem, cheirem-nos cá vocês todos os seres que não estiveram connosco. Eu, Tu, e aquele mosquitozito que vai na volta te atacava.
O sr do Don Pito mandava cumprimentos lá para casa, igual ao ano passado. Ele, e o meu fascínio por aquele pôr-do-sol. Fónix, parece que nunca vi um pôr-do-sol.
Já choras?
Depois já que se previa alguma tolice "contemporânea" vindo de mim, já que me deitei na relva para me tirares uma foto. Uh, arrojado, parece um passo de dança meu no NB. Aposto que também te vais lembrar para sempre.
Sinto saudades de acordar destapado, de acordar com festas e senti-las tão nitidamente por toda a sua extensão temporal, e ser incapaz de mexer um dedo como se estivesse mesmo, mesmo a dormir!
Quis sentar-me à ponta da cama, agora à noite, a ver se te sentavas comigo. Agora era porque havia foguetes, em dois sítios. O mais à direita era um cabum-pum-pum festejando a última madrugada deste ano no Porto; o mais à esquerda era o After-Sunset, simplesmente. Sim, porque antes houve o Before Sunset, e cafés puros, e eles a falar tipo amigos, como tu e os multibancos e os VINCI'S, e eu e tu tipo na praia, mesmo amigos, lol. Mas vinha ali algo mais que uma boa sessão nocturna de cinema altamente, potencialmente, optimamente consumido por dois amantes. Vinha ali mais uma concessão de
perseverança sobre nós, a somar aos jammie cullum's em cafés de cidades bem fora do rapaz, a yellow's no mercado onde há folclore, a vezes infinitas de musicas assim tambem quando cada um está sozinho em comercentociais (leia-se c. comercial), aos 23's, epa, tu sabes onde quero chegar. Eu era capaz de dizer coisas do género "Se amanhã não bater mesmo mesmo de chapas com um 23, atiro-me da ponte Salazar", porque ele há-de lá estar. Não tivesse eu sacado aquele filme ranhoso, não me tinha queixado que não prestava, não o tinha desligado, não me teria aborrecido e ligado a tv, não teria parado na rtp a ver uma livraria com pulgas, não te teria beijado, não me terias amado, não te teria conhecido, não me terias cumprimentado.
Obrigado,

João

e até 2008 no Ramalde, não é ?

sexta-feira, 29 de junho de 2007

blame It on my youth.

E eu que pensava que nada daquilo ficaria escrito no grande livro.







Duvida sempre do meu esquecimento,
estás dentro de mim.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

We're around


domingo, 3 de junho de 2007

23ª ou 1ª maravilha do mundo.

Ambos olhavam para o televisor.


- Acrópole – Atenas, Grécia; - Alhambra – Granda, Espanha; - Angkor Wat – Camboja; - Basílica de Santa Sofia – Istambul, Turquia; - Castelo de Neuschwanstein – Füssen, Alemanha: - Chichén Itzá – Yucatan, México; - Coliseu – Roma, Itália; - Cristo Redentor – Rio de Janeiro, Brasil; - Estátua da Liberdade – Nova Iorque, EUA; - Estátuas da Ilha de Páscoa – Chile; - Grande Muralha – China; - Kremlim – Moscovo, Rússia; - Machu Picchu – Peru; - Opera House – Sydney, Austrália; - Petra – Jordânia; - Pirâmides de Gize – Egipto; - Stonehenge – Amesbury, Reino Unido; - Taj Mahal – Agra, Índia; - Templo Kiyomizu – Quioto, Japão; - Timbuktu – Mali; - Torre Eiffel – Paris, França.



- Sabes quem está em primeiro lugar para mim?

- Não, quem?

- Tu.

terça-feira, 29 de maio de 2007

A metrópole não nos muda.

Inês diz:
13/Set/2006 6:00


Pegaste então num postal que um dia tinhas comprado para responder ao destinatário de sempre - um mapa antigo da Lua e das suas terras desconhecidas. Sorrias ao reler a carta, sorrias porque o papel reciclado tinha uma mancha negra de tinta da caneta que levemente é pressionada pela tua escrita. Tinhas, mais uma vez, borratado a carta com o suor dos teus dedos. Eu, no destino, adorava sentir que a metropole nao te tinha mudado. Analepse, 2007.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Corações fora de casa


quinta-feira, 3 de maio de 2007

Loucuras


Desculpa, não consegui evitar dar-Te cabo do branco e cravar o meu nome em Ti.

sábado, 21 de abril de 2007

Andou-se às compras de manhã.


(retirado de http://m0riendi.deviantart.com/)

domingo, 15 de abril de 2007

O dom da palavra.

Sabes como me sinto contigo? Não sei explicar.
Queres um bolinho?
Uma bola de "berlinde".
Que coisas bonitas queres tu fazer comigo?
Diz coisas bonitas! Assim como nas revistas.
Um tosta mista só de fiambre.
Magoaste-me na orelha. Vê, está vermelha!
Ó Ó, eu a dormir e babar.
Vamos masé estudar!

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Encontrei Isto.

Lágrimas à porta de prédios de cor cinza industrial:
editorial do jornal Vinte e três
na vanguarda do atraso


O lado (xoladox@.sapo.pt)
14 de Janeiro de 2007

[ o editorialista do Vinte e três ] diz-nos que enquanto houver manifestações de amor puro nas cidades, assuntos polémicos como o aborto ou, até mesmo, a pesca da lampreia são facilmente ignorados.
"Amor é amor. É essa a beleza. É esse o perigo."
Eram duas horas da tarde, ela já estava pronta. Inicialmente ela não tomava café, depois ele fez da bica um ritual de sonhos utópicos, tais como contratos pré-nupciais. O corpo dela não pedia cafeína, mas, sim, a companhia do seu mais-que-tudo. Tinha que esperar. E é tão chato esperar quando se ama, quando se quer tudo tão rápido, tão certo. E ela sabia que tinha de esperar. Tinham combinado estudar até às cinco da tarde, sim, porque os amantes, por vezes, fazem-se de racionais e dizem: “Primeiro as obrigações.”
Para queimar tempo, decidiu ir ao shopping. Ela bem queria ser contaminada pela epidemia gerada pelo consumo da época dos saldos, mas os seus glóbulos brancos resistiam ao vírus persistente. Então, cansada dos movimentos frenéticos das pessoas que felizes compravam t-shirts a 5, 99€, foi até ao clube. Sentada ficou menos de uma hora nas escadinhas de pedra que lhe gelavam as pernas. Para ela, aquela “menos de uma hora” era uma eternidade que não se encurtava por nada. Telefonou-lhe, desesperada, e passou-se da cabeça. Ela é mesmo assim, impulsiva e incoerente nas merdinhas insignificantes que os fazem entrar logo em diálogo “indialogável”. “Opá, deixa-me!”, “Cala-te!”, “ Estás-te a ouvir?” e “O que é que te falta?” são alguns dos versos da poesia dicotómica deles: amar / amar.
Entretanto, ele mais calmo e sensato do que ela não hesita em apanhar o autocarro e vem ter com ela. Ele é sempre mais carinhoso que ela. Ele é sempre mais chato que ela. Ele é sempre mais tudo. Pouco percebem de Física e, por isso, vêem os atritos como forças atractivas e coesivas manipuladas por uma força superior, que desconfio que seja de natureza poética: a Saudade. Amam-se muito. Ambos sabem isso.
Choram e choram. Aquele chorar de criança que deixou cair o gelado no chão, é o choro que reproduzem. É rídiculo e apaixonante. Depois abraçam-se e desabraçam-se. Ranhosos e de cara irreconhecível trocam festinhas de amor. E o mais bonito de tudo é que se protegem dos intrusos que decidiram passar na rua, naquele preciso lugar onde o trovão da paixão impôs-se à serenidade das 6 horas de um domingo santo.
Ela sempre achou que o amor é uma doença e nele julga ter a sua cura. Ele não discorda e acredita que é uma doença crónica pelos sintomas que sente por ela. Tomara que estejam certos, porque conheço bem de perto estas duas personagens.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

(self-titled.)

- então?

- ta gravado
- e postado
- check it out, man

- posso ver?

- Por favor.


- já li tudo
- posso cantar agora?



Encontra-me, por favor!

Daqueles vinte e dois mil, quantos receberam aquela música, aquele sorriso quase de costas um para o outro?
Compara comigo, eu acho que as minhas premissas têm que dar nalguma coisa.
Ninguém anda na corda bamba como nós. Simplesmente andam, ou não andam. Isto vale de alguma coisa, não vale?
Componha-se mais, então. Estás a ouvir-me ainda?
Ninguém sofre assim e vive para pedir desculpa ao outro por maldades não intencionais. Credo, o nosso vocabulário já leva a palavra maldade. Mas isto tem de valer de alguma coisa! Nós sofremos tanto e ficamos! Não?
E eu ficar com o que me dizes todos os dias? Vale de alguma coisa? E Tu ficares para aturar o meu feitio? Também vale! Eu acho... Como é que vês tudo isto? Diz-me a verdade.
Queres fugir, queres estar sozinha, queres querer procurar-me, queres que te dê espaço para me procurares sem que eu já lá esteja. Desculpa, não há-de ser pior que nunca lá estar. Antes que penses, isto ao telefone daria já pensares que eu estou a dizer que nunca estás, mas eu só disse que é capaz de ser melhor eu estar sempre que nunca estar. Desencontrados? Sim. Desentendidos? Sim! Mas ficamos? Sim!!!
Estou triste, quero que saibas. Mas estou aqui à procura de um boião de felicidade, porque não consigo viver assim, quero tratar da minha quota de culpa, tão inocente como a Tua, e dar-Te um canto melhor, naquilo que possa, que me compete, que queiras que Te dê.
Estou aqui em busca de Ti. Preciso de Ti. Sinto que não largas um sorriso por minha culpa desde que eu gritei "PRENDAAAAAAS!"...
Parece que estou a querer cozinhar para Ti e Tu estás a embirrar que comes em casa, para comer eu. Eu a tentar dar o meu melhor e Tu a dizer que preferes não me deixar dar uma festa no braço à mesa. Estas discussões são disso, são birra de um ou de outro, e acabam todas de maneira diferente de como começam, pois começam porque sim e acabam por uma razão bem forte que cá temos. Sentes isso?
Tenho medo, espero que aches normal que tenho, porque fora da alma ou não, dizes aquelas coisas, inconcebíveis, e eu não sei ignorar, nem o irei nunca fazer, seria muito errado banalizar-se isto a esse ponto.
Não tenho vergonha de nós, Inês. Não quero ser ninguém, não invejo ninguém, não suspiro a pedir para isto ser diferente, não lamento esta merda assim, não procuro conforto num sofá, se bem que acho que estou a precisar de partir alguma coisa e ficar a soro uns dias, bem quieto e só a dormir. Sinto-me estafado de corpo, mas estou aqui a escrever com o que não é corpo, à procura que me venhas procurar. Já te disse que morro por que me faças caír pedaços Teus Inesperadamente? Mas mesmo, mesmo?
Ouve, desculpa tudo isto, desculpa não pedir desculpa, desculpa não agradecer e desculpa ainda não sei o quê, desculpa não agradecer, e espera, desculpa ainda não sei o que virá amanhã, e muito certamente sábado.
Desculpa não te dar o que precisas, esta vem do dito.

Vem-me procurar, pensa para Ti se o cansaço é só das pernas. Pensa para veres que sim e me correres aos braços. Quero abraçar-Te de uma maneira que já conheces vinda de mim. Quero dar-Te o conforto que conheces vir de mim. Atenta no que digo: Vem ter comigo para Te poder dar o que sabes que vem de mim. Tu sabes o que Te posso dar! Encontra-me! Puxa por mim, Amor!
Acima de tudo, sei que me conheces, vejo nos Teus olhos. Sabes que não sou o que se diz por aí.
Queres vir difamar comigo ou queres vir difamar-nos comigo? É que eu queria era ir pintar os... Como se diz, em inglês é sidewalk curbs, não sei aqui, com o número vinte e três. Anda lá, a sério.


(The Lemonheads - Bit Part)

domingo, 1 de abril de 2007

O Dia das Mentiras e Uma Salva de Palmas.


Ontem, entre os nossos conterrâneos, discutiu-se o dia mais estúpido para se celebrar a data de aniversário. Chego, hoje, à conclusão que a estupidez não está associada à data de aniversário, isto é, à data de nascimento, mas precisamente à discussão, visto que há datas que não se podem escolher.

Votou-se no 1º de Maio, no Dia do Trabalhador, no 1º de Abril por ser o Dia das Mentiras e no dia 11 de Setembro pelos atentados terroristas que mudaram o mundo desde então.

Nenhum deste dias foi eleito o mais estúpido porque a votação perdeu-se em cálices de Vinho do Porto e em minis.




Fiz esta introdução de extensão considerável para Te dizer que quem faz a data de hoje és Tu.

Desejo-te as maiores felicidades e volto a pedir-te aquilo que Te pedi ontem e que suspeito amanhã pedir-Te também.


Petit psaume du matin


Quatro espaços sombrios por explorar e dois homens - Josef Nadj e Dominique Mercy - em cena.

A monocromia cinza da peça é intersectada por episódios fragmentados e inacabados. Os dois criadores estão inseridos numa espécie de ambiente dramático aliado a uma história absurda que estimula risos envergonhados na plateia.

Os movimentos corporais surgem individualmente e convergem num encontro dançável. Este enche-se de cor pela qualidade da interpretação de Nadj e Mercy que resulta de uma sólida formação em dança e uma longa carreira artística.

O cinzento como base cromática, as máscaras que silenciam verdades e o estado onírico em primeiro plano são acontecimentos de uma imagem impura e de uma extrema sensibilidade em palco.



sexta-feira, 30 de março de 2007

Música de filme.


Passámos pelo café e fotografámos-lhe o nome pela apaixonante razão de ser italiano.

Combinámos, então, entrar no dia seguinte dado que o tempo escasseava e havia horários a cumprir na Costa Encantada ****.

Estávamos no dia seguinte. A digestão iniciava-se. O teu corpo orava por um café e o meu por descanso. Deitámo-nos. 5 minutos - esticados no sofá. 10 minutos - as pernas já davam sinal de satisfação. 15 minutos - os olhos viam escuro paradisíaco. 20 minutos - alguém batia à porta. Tu fisicamente mais resistente, não vacilaste e levantaste-te. Eu não. Eu nem queria acreditar na existência daqueles dois intrusos com roupa azul turquesa. Fiquei desperta, claro. Ok, e rabugenta também. De repente, levanto-me e calço as minhas bailarinas: "Vou levar os dentes e vou tomar café." Esta última afirmação foi dita num discurso directo pouco pacífico. Assustaste-te com a minha má disposição, mas incrivelmente paciente aceitaste-me assim.

Cruzámos as mãos e não nos olhámos nos olhos durante um quilómetro de vento.

Chegámos. Era o tal café pequenino e rústico que tinhamos encontrado no dia anterior. Escolhi aquele canto porque pareceu-me acolhedor. Precisava tanto de colo, mas o orgulho aniquilava o pedido por um carinho teu.

Não nos olhavamos. Num sopro de coração, a música "Blame it on my youth" começa a tocar. Sorrisos envergonhados teimavam em não ser esboçados. Passados segundos (aposto em 23 segundos), ambos cedemos e beijamo-nos com os olhos molhados.

Ficámos lá sensivelmente 45 minutos. Foi o tempo de sentir racionalmente que tinhamos sido presenteados pelo destino. O feliz acaso de ouvirmos o CD de Jamie Cullum numa cidade em que o desaparecimento humano gradual é visível pela elevada frequência de ambulâncias nas ruas, é efeito de varinha de condão.

Querendo forçosamente destacar este episódio na nossa viagem (pré-nupcial), não posso deixar de te dizer que tudo o que fazes é registo no nosso bloquinho.







Um beijo por cada faixa de música escolhida por ti.

Um beijo por cada vez que cobriste os meus pés com a tua manta Toyota.

quarta-feira, 21 de março de 2007


Arte por cantos.


Para quando?










Há mimos que se expressam assim.

domingo, 18 de março de 2007

Amor é ter medo e andar de carro.


Queria que soubesses antes de partires:


Há corridas e corridas. A minha preferida é a atrás do 11.


Há dias e dias. Os melhores começam cedo e acabam perfumados a leite&mel.


Não há nada melhor do que haver caldo knorr na cozinha.


Quando escovas de dentes se cruzam em beijos, é sinal de futuro.


Colhi ontem uma definição: Amor é ter medo e andar de carro.


Quero aprender a fazer esparguete em 23 minutos.


Quero gargalhadas e cócegas nos pés.


Agitar o sumo natural antes de abrir é ser pequenina aos teus olhos.


Há dias 18 que têm um gosto a 23.




Desde quinta-feira o meu calendário está parado e fez de um fim-de-semana um casamento.

Obrigada a nós.

domingo, 11 de março de 2007

1/3 de biografia.


nha cretcheu. mi ma bô. vinte e três. porto. baileys. metro. matosinhos. praia. figueira. castelos. cassiopeia. juras. pactos. guincho. num instante. yellow. coliseu. caffè di roma. todos os que falam. rolhas. palhinhas. rede expressos. contradicionais. saia branca. música renascentista. açúcar. conchas. talões. palhetas. corações de plástico. orquestra gulbenkian. museu nacional de arte antiga. chapitô. castelo s. jorge. bar académico. lilás. david fonseca. beckett. mokachoc. chocolatíssimo. piazza di roma. choco lovers. everybody here wants you. copo de água. escadas. post-it's. art 70's. principezinho. a ausência próxima. o jardim perfeito. o segredo do rio. vento. folhas. leva-me contigo. danone puro. lasanha pingo doce. before sunrise. before sunset. lipton.

domingo, 4 de março de 2007

sábado, 3 de março de 2007

Hoje foi dia de pacto.


sexta-feira, 2 de março de 2007

Ausência próxima sob olhos fotográficos.

Obrigada.

És transparente.
Contas-me estórias, daquilo que eu já vi, que me invadem de sorrisos e de caras suspensas em mãos que dançam. Ouço notas musicais escondidas atrás da tua escrita.

Não vejo em Ti um corpo ausente, um corpo vazio.
Vejo que tenho falhado.

Não é que não tenha visto folhas no chão. Não é que não tenha visto livros que desenham laços na memória. Nada disso. Sou diariamente bombardeada por 23's e fuzilada por exposições fotográficas sobre as ruas de Nova Iorque. Não ando desatenta.
Ando cansada e ansiosa. Há feridas de cansaço e de ansiedade que levam muito tempo a cicatrizarem-se, as minhas de agora.

É urgente destruir palavras que se amplificam ao telemóvel. Chega de hipérboles. Está errado dizer-se coisas que não se sentem. É tempo de correr, de fugir de raciocínios complexos. Estou cansada de pensar. Sejamos antimetafísicos, então.

A vida dura dias. A nossa, 7. E nós feitos gatos suicidamo-nos no amor.
É hora de regressares e de me dares o chão que preciso de pisar.
A Ti, dou-te o céu.


Amo-Te.
Há tamanhos que importam.



quinta-feira, 1 de março de 2007

"Então querida, como foi o teu dia?" (voz grossa)

Tu.
Comecei assim por ter escrito e apagado imensas palavras por não saber onde começar.
Estás ocupada, procurei solução para te alcançar e te dar a mão assim.
Eu já acordo a olhar o telemóvel a procurar-te, e tomo banho com ele no alpendre. A seguir, vai para a bancada onde lavo os dentes e lembro-me de ti de novo. Desço, vejo o telemóvel, "está no bolso, bora.". Chego à paragem, "foda-se, esqueci-me dos passes.". Coração, telemóvel, confere. Cabeça, livros, dinheiro que já me aconteceu não comer, boxers virados do avesso, coisas que ficam em casa e outras que vão ao contrário, portanto. Alcabideche. Depois no início da linha é a praia das mãos entrelaçadas e o 23 na outra estação. Tu a ralhares por ires a dormir e te acordar 'pra sairmos, tipo quem tem mau acordar, sabes? Mesmo bonita essa tua birra desse dia. No cais, és tu perdida sem saber 'pra onde ir, e eu a dizer-te que puseste os pés ali e eu lá os ponho, portanto, varia a frequência, só. Entre ruelas e ruelas, cheira pouco a cá, cheira-me mais a quando cá estamos. Porra, o carro fazia tanta diferença.
Maldita luz que entra por a minha janela adentro, molha-me em vez de me secar.
Hoje também me arrepiei a ouvir a trouble, música que a gente devia ouvir tipo proveniente de um narrador omnipresente, do género, a gente começa a descarrilar e aquilo como que tocava dentro do miolo, não era?
Ah, e depois era eu a lembrar-me do "Yeah! How long must you wait...", outro sorriso que me rasgava aos arrepios. Eu tinha isso gravado no telemóvel, era tão giro...
Onde é que eu ia? Cais, pois. Ah, nas ruas. Já viste o que encontrámos cá sem querer? Fomos ao velhadas e encontrámos arte sem querer.. Já tinhas visto o teu nome escrito em água?
"Essa é a água do mar mais bonita que já vi."
Pera, lembrei-me do que escrevemos na areia das férias à noite, que veio o mar guardar nele depois, lembras? E a Cassiopeia e o catano...
Ah, e eu que procurei por todo o lado o pin? Há tudo cá. Bem, quase tudo, gostava muito que para o ano houvesse cá tudo por toda a parte.
Olha, ando perdido, sabes disso. Tenho eu a culpa? Tens tu? Estamos desencontrados. Estamos desencontrados mas não te falo destes past events como past events, acho que a operadora nacional móvel me cortava as mensagens se te dissesse de tudo que me faz sorrir por causa de Ti por dia. Anyway, olha, acabou de entrar no msn uma Filipa que não sei quem é, o curioso era que a imagem era o último postal que trocámos. Sinais do Outro Lado. Pronto, e eu acho que eu andar desocupado não faz juz nenhum ao que se está a passar, porque estou parado por causa disto, não estou a gozar por causa disto, de nós, daí te dizer isso. Não fosse este alarido desnecessário e este bater assim para doer aonde, e eu já te ensinava o que era, entre outras, física clássica, determinantes vectoriais, operações em Rn, integrais, química orgânica, e te contava que achei imensa piada ao meu professor de Bioquímica dizer que nós somos meros seres consumistas de energia, e que funcionamos sobre a regra dos 3. Obviamente que só não contestei a teoria dele para lhe dizer que eu funciono com uma regra 7 vezes menos 1 superior à dele para já porque é professor universitário, e segundo porque gozou com quem lhe fez perguntas, era o meu ego a ir com o galheiro. Olha, estou muito mais quietinho agora, estou a falar contigo e não sabes.
Pronto, e fujo constantemente ao grito de ipiranga que estamos a conter. Intuitivamente, ou sem querer, porque tipo, lembro-me mais depressa de coisa bonita. Mas tenho medo, O Outro Lado, tenho medo de que nos deixemos de ouvir, por causa de adjectivos que não devem entrar neste lugar.
Somos feios um para o outro, e tu sabes. Às vezes, claro que sim, mas epa... Aquele abraço que me falaste? Quantos mais vamos dar para aquele ser esse? Quando é que sabes que é? Quando é que sei que é? E se tudo se vai resolver com um abraço, tenho sempre razão quando quero a mão para pararmos de discutir? É uma chupeta de bébé? Vai à boca e parou a berraria? Acredito. Mas também acredito, e mais, que quem anda descalço, habilita-se a pisar bosta, e nós, O Outro Lado, somos descalços um para o outro. Talvez devessemos avisar-nos mutuamente do poio que o outro vai pisar, em vez de gritarmos um com o outro por não ter dito que estava ali o coiso.
Maneira estranha de o pôr, mas propus-me a não apagar nada do que escrevi, assim sou-te genuíno, e vês-me descalço. Ai, transparente.
Um pouco como as pingas da rua que desce para tua casa. Não é um grande drama se não te desviar, mas procuro fazê-lo.
Sente necessidade, eu sinto, e dói-me muito que não a sintas e que tão brandamente mo digas.
Sinto necessidade, tu sentes, de não te apertar a mão com tanta força. Sei que não solta.
Vamos comer mais chocolatíssimos, vamos escrever mais, ver mais e sentir mais, e trabalhar mais! Não nos vão dar a felicidade que procuramos de maneira fácil, nada fácil até, mas é meu horizonte e é assim que continuo a mexer os dedos! Pouco tenho trabalhado, mas é fase minha de busca intensa por ti, por louca doentia saudade. Sem mal, sem intenções, tu sabes.
Escasseia-me a dor, já.
A culpa é tua e não o sabes.
Falar contigo, O Outro Lado, é isto. O resto é barulho, mete os phones comigo.
E na parte de voltar para casa, vou outra vez a levar com a luz na tromba, com as memórias no peito, o suor nas mãos e o desejo de fugir para ti nas pernas.
Opá pronto, são assim os meus dias sem ti. Não te chateies, nunca é por mal.

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Quando não se fala




Escreve-se. Amo-te.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

A house key is the most common kind of key.

"on ne voit bien qu'avec le cœur. L'essentiel est invisible pour les yeux."



Encontrava-me aqui, a olhar e a ver-te invisível do outro lado. Refresh, refresh, refresh.
Não queria que me chamasses de lado esquerdo, daí sermos o Um Lado e O Outro Lado, tu e eu seríamos certamente dois pedaços canhotos do mesmo corpo, "erro, nome de utilisador já em uso".
Agradeço-te, sempre com o olho do Billie Joe Armstrong (ele nunca fecha os olhos nos videoclips de "90 e") e coração nas tuas mãos, O Outro Lado, o que és neste novo jardim perfeito, o lado esquerdo.
Abri uma porta aos outros, portanto, em que divido as chaves contigo. Só nos é que somos responsáveis por isto.
Por nós então, não é?
Não é?


"You become responsible, forever, for what you have tamed."

Dedicatória envergonhada.


Há encontros mesmo assim, inescurecíveis e este, aqui, é um deles.
Se és um lado, então chamar-te-ei de lado esquerdo.
E porque o essencial é invisível para os olhos e só se vê bem com o coração,
Agradeço-te de olhos fechados e de coração nas mãos
O jardim perfeito que acabas de abrir aos outros lados do mundo.


Ideia bonita essa, a tua. Obrigada.
O Outro lado.

Sms

Nasceram Um Lado e O Outro Lado, cada um com cerca de 23 gramas de alma, no dia 23 de Fevereiro. A mãe e o pai encontram-se no Hospital #23 à espera da vossa visita.

Introdução inevitável.

Saídas: Ramalde & Alameda.
- Primeiras danças para o apocalipse.
- Uma vida inteira a dançar.
- Sentimentos sobrepostos.
- Futuros convergentes.
- Esquecimentos subtraídos.
-Saudades acumuladas.
- Eterna noiva do Tejo: Modus Vivendi.
- Infinito habitante do Douro: aeternus modus vivendi.
- Ao crespúsculo da manhã, Lisboa é sede de amar.
- Ao fim do dia, Lisboa é sede de amar.
- Toalha de piquenique em forma de nuvem.
- A vida que Lisboa ainda não me deu.
- "Elogio ao amor", por Miguel Esteves Cardoso.
- Não estou "praticamente" apaixonado.
- Adeptos do hedonismo e Inestimáveis.
- Crentes do 23.
- Esperar: aguardar; ter esperança em; estar reservado para; confiar.
- Deixar-se estar num lugar; permanecer; subsistir; persistir; morrer; assentar ao corpo.
Um Lado, e o Outro Lado, juntos.