quinta-feira, 5 de abril de 2007

Encontra-me, por favor!

Daqueles vinte e dois mil, quantos receberam aquela música, aquele sorriso quase de costas um para o outro?
Compara comigo, eu acho que as minhas premissas têm que dar nalguma coisa.
Ninguém anda na corda bamba como nós. Simplesmente andam, ou não andam. Isto vale de alguma coisa, não vale?
Componha-se mais, então. Estás a ouvir-me ainda?
Ninguém sofre assim e vive para pedir desculpa ao outro por maldades não intencionais. Credo, o nosso vocabulário já leva a palavra maldade. Mas isto tem de valer de alguma coisa! Nós sofremos tanto e ficamos! Não?
E eu ficar com o que me dizes todos os dias? Vale de alguma coisa? E Tu ficares para aturar o meu feitio? Também vale! Eu acho... Como é que vês tudo isto? Diz-me a verdade.
Queres fugir, queres estar sozinha, queres querer procurar-me, queres que te dê espaço para me procurares sem que eu já lá esteja. Desculpa, não há-de ser pior que nunca lá estar. Antes que penses, isto ao telefone daria já pensares que eu estou a dizer que nunca estás, mas eu só disse que é capaz de ser melhor eu estar sempre que nunca estar. Desencontrados? Sim. Desentendidos? Sim! Mas ficamos? Sim!!!
Estou triste, quero que saibas. Mas estou aqui à procura de um boião de felicidade, porque não consigo viver assim, quero tratar da minha quota de culpa, tão inocente como a Tua, e dar-Te um canto melhor, naquilo que possa, que me compete, que queiras que Te dê.
Estou aqui em busca de Ti. Preciso de Ti. Sinto que não largas um sorriso por minha culpa desde que eu gritei "PRENDAAAAAAS!"...
Parece que estou a querer cozinhar para Ti e Tu estás a embirrar que comes em casa, para comer eu. Eu a tentar dar o meu melhor e Tu a dizer que preferes não me deixar dar uma festa no braço à mesa. Estas discussões são disso, são birra de um ou de outro, e acabam todas de maneira diferente de como começam, pois começam porque sim e acabam por uma razão bem forte que cá temos. Sentes isso?
Tenho medo, espero que aches normal que tenho, porque fora da alma ou não, dizes aquelas coisas, inconcebíveis, e eu não sei ignorar, nem o irei nunca fazer, seria muito errado banalizar-se isto a esse ponto.
Não tenho vergonha de nós, Inês. Não quero ser ninguém, não invejo ninguém, não suspiro a pedir para isto ser diferente, não lamento esta merda assim, não procuro conforto num sofá, se bem que acho que estou a precisar de partir alguma coisa e ficar a soro uns dias, bem quieto e só a dormir. Sinto-me estafado de corpo, mas estou aqui a escrever com o que não é corpo, à procura que me venhas procurar. Já te disse que morro por que me faças caír pedaços Teus Inesperadamente? Mas mesmo, mesmo?
Ouve, desculpa tudo isto, desculpa não pedir desculpa, desculpa não agradecer e desculpa ainda não sei o quê, desculpa não agradecer, e espera, desculpa ainda não sei o que virá amanhã, e muito certamente sábado.
Desculpa não te dar o que precisas, esta vem do dito.

Vem-me procurar, pensa para Ti se o cansaço é só das pernas. Pensa para veres que sim e me correres aos braços. Quero abraçar-Te de uma maneira que já conheces vinda de mim. Quero dar-Te o conforto que conheces vir de mim. Atenta no que digo: Vem ter comigo para Te poder dar o que sabes que vem de mim. Tu sabes o que Te posso dar! Encontra-me! Puxa por mim, Amor!
Acima de tudo, sei que me conheces, vejo nos Teus olhos. Sabes que não sou o que se diz por aí.
Queres vir difamar comigo ou queres vir difamar-nos comigo? É que eu queria era ir pintar os... Como se diz, em inglês é sidewalk curbs, não sei aqui, com o número vinte e três. Anda lá, a sério.


(The Lemonheads - Bit Part)

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