sábado, 22 de setembro de 2007

Provincianos

Olha, entre outras coisas, a música que coloquei no blogue foi pouco ovacionada.
ou então, também posso começar assim:
Olha, entre outras coisas, lembro-me perfeitamente de um dia aqui em Cascais, me dirigir ao centro, a uma loja de música porque queria comprar uma clássica, nem que custasse dois chavos, para te tocar isto.
Sabes, há sempre, no mínimo, duas maneiras de se escrever uma coisa. Tudo se diz para que haja uma reacção em quem ouve, e as duas maneiras são aquelas que vêm desde o Senhor dos Anéis até ao Luke Skywalker e seu pai, a maneira de se dizer para o Bem e para o Mal. Exemplifique-se:
Foda-se, que merda de semana, andei como a merda a pé, não arranjámos casa para Ti, e ainda por cima fiquei cá a trabalhar, e tu ainda por cima mandas-me postas de bacalhau à cara.
ou...
A semana foi boa para mim, foi como o episódio da praia, só que agora fui eu a sentir o quanto teu amigo sou, mas acho que também o soubeste. Eu sei que não te dei a tua cascata-individual, mas por falta de empenho não foi, para além disso, vai partir de mim a tua liberdade em Lisboa, caso contrário, como acordavas e ias para a faculdade? De mapa? Não, não és turista de Lisboa, és ser de Lisboa, Inês. E eu vou funcionar assim contigo; Queres ir à bica? Okay, tu decides, eu levo-te, e depois já sabes o caminho, pois sabes o quanto és pequenina e te perderias aqui sem mim. Mas eu ensino-te e tu segues.
(vês? Se queres achar que vim dizer "fds" porque estavas aí com o Carlos e etcetera, pensa melhor, a minha casa tem sempre cotonetes, e eu disse-te que fiquei desiludido pela falta de procura quando não te procuro)
Ah, outra coisa. Porquê tanto problema com ficares lá uns tempos? Não me deixes acreditar que só sou teu namorado para ti, porque isso dá barraca; Já te disse, acima de tudo sou teu amigo, quantos mais problemas arranjas pior me deixas por não te entender. É claro que também acho muito cedo, blá blá blá, fartarmp-nos e não sei quê, mas é uma solução, e uma solução em que não te faltará nada, incluindo essas tuas reivindicações desnecessárias que me enfureceram. Já as terias sem pedir, tenho medo de te perder, quero ser melhor para ti. E falta-me ouvir coisas da tua boca que tão bem sabem ouvir, a única coisa da qual estou cansado é dos subentendidos.
Nunca sonhaste entrar em medicina, certo? Pois, eu também nunca sonhei entrar em info, mas gostava de. Tu sentes o mesmo que eu sei. Certo, estudavas com uma casa-cascata. Alguém ta tirou? Não estás a ser humilde com a vida, nem grata. Eu tive que ser estúpido para me darem a oportunidade sequer, e tu ainda de queixas, já a tendo de início. A sério, é de um egoísmo imenso dizeres que nada da tua vida presta e que és uma sem-abrigo. Sem-abrigo é aquele que estava ao pé da PJ, percebes bem?
Se soprares, é vento?
Desde quando é que te sentes mal quando estás nua? Podes sempre demorar 30 minutos no banho? Deixas sempre os pratos por lavar em minha casa?
Ficarás perto de quem te vê mais bonita, nua, vestida. Eu quero sentir isto quando eu for o sujeito, e custa-me.
Escuta, estás a entrar na fase da tua vida em que ficar 30 minutos no banho tem custos, é bom que percebas isso. Daí, é preciso ser-se forte e determinado, e consciente de que a vida às vezes é muito fodida, mas que ao seres persistente ganhas o direito a banhos até ficares com a pele de velho de tanta água.
Eu sei que não queres que te chame de egoísta. Desculpa. Mas a única coisa que me custa actualmente na minha vida, é sentir tanta falta de ti e do meu pai. Ele por uma questão profissional, económica, paterna. Ele está a fazer um sacrifício por mim. Sinto a tua falta porque não sei, percebes? Porque não te sinto por perto a toda a altura, e isto tem pouco a ver com barragens cheinhas de sms's ou chamadas, ou tardes inteiras e pôres-do-sol bonitos todos os dias. E se não queres perder mais nada da tua vida, a solução não é as que inventas, como que saídas de um livro de parvoíces. Tirei-te muito, sei e tenho noção, e sei o quanto quero que tudo seja como queres para que sejas feliz, mas para isso preciso de ser ajudado também, não te vou dizer algo amistoso quando me chamas de cabrão. Sim, é assim mesmo. Sei fazer das tripas coração, mas às vezes gostaria de te ver a cometer um sacrifíciozinho por mim sem te custar e me passares o dia inteiro a azucrinar a cabeça por causa disso.
Prometo ser melhor, sim.
E insisto na mesma coisa desde que se nota neste blog que se apagaram as coisas para ti. Não sinto uns olhos apaixonados recaírem sobre mim há muitas noites, não sinto uma mensagem fora-da-lei sobre mim há muitas noites. Não te vejo a procurar 23's em Lisboa. E Inês, a cura disto tudo está no amor, acredita.

Sou tão da aldeia como tu. Cortava o cabelo à tigela, vestia benetton, via os power rangers, pedi ao meu avô espadas de madeira. Agora, guio-me quase cego em Lisboa. Faltas-me lá tu. Diz-me o mesmo. Diz-me que me queres, perto e sempre, não longe e conforme o semáforo, e eu curo-te as maldades.
Estou em informática, mas olha para mim como o teu médico.

Sem comentários: