sábado, 22 de setembro de 2007

A Casa da Cascata não apareceu.


Nunca sonhei em entrar em Medicina. Nunca sonhei ser médica ou mais do que isso. Sonhava, muitas vezes e acordada, com a minha 'casa cascata'. Não apareceu. Procurei-a contigo, mas não tivemos sorte nem vento.


Lisboa absorveu as minhas lágrimas. Choro. Desespero. Homeless. Sentir-me desalojada numa 'cidade-capital' é duro, muito duro. Sentia-me nua. Não ter casa em Lisboa é igual a não poder demorar 30 minutos no banho; é não poder jantar e pensar 'lavo isto amanhã'; é não poder descalçar-me sem hesitações.


Estiveste comigo sempre, eu sei. Dizias-me sempre onde ficavam os sítios, 'já falta pouco' era o que afirmavas nas correrias de mãos dadas comigo. Desculpa algum excesso, mas sou provinciana.


Viver contigo é a solução temporária. 'Até ao Natal' dizem os meus pais. Não interessa até quando. Interessa é que estejamos bem. Não é fácil ser-se casal num apartamento universitário.


Nada é fácil. Vou-me esforçar. Não me chames de egoísta, imploro-te. Já perdi muita coisa em jogos de afectos contigo e em acções de altruísmo para connosco, não quero perder mais nada nesta etapa de experiências individuais.


Vai correr tudo bem. Vamos começar de novo. Controla os teus vícios e os teus instintos. Eu hei-de controlar os meus também, grande parte deles são reflexo dos teus.






Senti tudo o que disse,


Amo-te


( mais isto )


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