sexta-feira, 2 de março de 2007

Ausência próxima sob olhos fotográficos.

Obrigada.

És transparente.
Contas-me estórias, daquilo que eu já vi, que me invadem de sorrisos e de caras suspensas em mãos que dançam. Ouço notas musicais escondidas atrás da tua escrita.

Não vejo em Ti um corpo ausente, um corpo vazio.
Vejo que tenho falhado.

Não é que não tenha visto folhas no chão. Não é que não tenha visto livros que desenham laços na memória. Nada disso. Sou diariamente bombardeada por 23's e fuzilada por exposições fotográficas sobre as ruas de Nova Iorque. Não ando desatenta.
Ando cansada e ansiosa. Há feridas de cansaço e de ansiedade que levam muito tempo a cicatrizarem-se, as minhas de agora.

É urgente destruir palavras que se amplificam ao telemóvel. Chega de hipérboles. Está errado dizer-se coisas que não se sentem. É tempo de correr, de fugir de raciocínios complexos. Estou cansada de pensar. Sejamos antimetafísicos, então.

A vida dura dias. A nossa, 7. E nós feitos gatos suicidamo-nos no amor.
É hora de regressares e de me dares o chão que preciso de pisar.
A Ti, dou-te o céu.


Amo-Te.
Há tamanhos que importam.



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