É uma questão de perspectiva.
Lembras-te do filme "Melinda e Melinda" do Woody Allen? Naquele em que o Senhor do Clarinete aposta na exploração das peripécias de uma personagem - Melinda - segundo duas perspectivas: uma tendencialmente cómica, outra baseada numa vertente mais dramática. Tu, na última postagem, fizeste a descrição do ano 2007 segundo a primeira perspectiva. E fizeste tu muito bem porque já que tudo é bipolar, escolhamos da vida o seu pólo positivo.
Há uma tese muito plausível que diz: "Os homens melhoram com a idade." Olha, tu és um argumento exemplar. Estás muito melhor, João. Não sei se é do Tejo, da Dança ou mesmo do peso da idade. Estás mais desinibido, mas light, mais puto. E isso é bom quando conciliado com uma dosagem mínima e suficiente de responsabilidade.
Este ano foi o que foi. Muita Melinda Amarela e muita Melinda Cinzenta. Concretizaram-se todos os sonhos que tinham sido escritos em conjunto naquele bloquinho. É verdade. Lisboa e Porto de mãos entrelaçadas. Entretanto, surgiram coisas (coisas no sentido pejorativo) que não foram idealizadas. São coisas prosaicas, são quezílias dolorosas e de lágrimas à porta de casa.
Mas, é bom teres a sensatez de escolher a cor amarela para a dissertação, só assim somos justos com o que o destino nos reservou. (Faz figas para que ouçamos em 2008 a Yellow no Pavilhão Atlântico)
SPREAD THE LOVE VIBRATION, UH HUH.
Maravilhoso.
Eu, agora, olho para trás e vejo que o concerto de Josh Rouse foi brilhante. O problema não foi a apatia da banda, foi a nossa na altura.
É muito difícil viver. Temos que ser inteligentes a gerir as coisas da vida. Eu tenho aprendido isso com a capital. Percebes-me, Chibiuzo?
Olha, obrigada por tudo. És o meu companheiro de vida. Sabes tudo de mim, conheces tudo de mim, o de melhor e o de muito, muito, mas muito pior. Agradeço os mimos, a paciência. A sério, é sincero. Digo-o a toda gente "Aquele rapaz é um santo para mim". Eu sinto mesmo a tua amizade, carinho, admiração, amor e vontade. É raro sentir-se tudo isto num rapaz, num homem. Eu amo-te, ouviste? Eu sou assim. Chata. E opá, mimada e não posso ser contrariada, eu sei. Desculpa.
Dançámos tanto na noite de quinta. Estavas tão bem. Apresentei-te à minha turma e tudo. É possível sermos normais, não é? Entendes o que quero dizer com "normais"?
Agora vens para cá, teatro, moulinex, let's rock and the show must go on.
Eu estou também com pica, cá te espero.
Com o carinho do costume,
Carla :)