domingo, 13 de abril de 2008

Quis ser cega para não poder ver Isto.


Não é a minha demissão. É um pedido de férias. Deixa-me ser turista e poder exercer o ofício de contemplação. É bonito demais que chego a sentir o coração a suar. Tenho a mesma sensibilidade, mas a boca escolhe palavras feias para descrever o que vejo e o que tento ignorar de olhos e ouvidos fechados. Este canto é a tua maior e melhor conquista. Eu deixo aqui 23% de mim em cor amarela que tende para o sepia. Os outros 77 estão espalhados por Lisboa. Não te peço para os colheres, só para os pisares como chão que não magoa. Tremo só de pensar que esta tua casa que já foi nossa está de portas abertas para os olhos de Outros. Não componhas hinos à saudade. Só quero que a massajes sem dor e com a cabeça no sítio. Não faças deste esconderijo terapia, para isso telefona-me que sou 96.


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