domingo, 20 de abril de 2008

Queres flores?

Ontem no bairro fiquei parado por uns momentos, só reparei quando aquelas duas baixinhas de biológica que não sei o nome já me estavam a puxar pelo braço para eu olhar. Bloqueei por causa dos marroquinos que têm patos que metem a língua de fora, tiaras, anéis, mas principalmente, flores.
Eles vieram estragar o que de bonito havia em entregar flores espontâneas. Se eu for pela rua e roubar uma flor à Câmara Municipal de Lisboa e a quiser dar, corro o risco a receber uma resposta do género "Que bonita! Compraste quantas por 1 euro?"
Tenho que comprar um canteiro inteiro de flores para ser bonito como se queria? Não, bonito como eu queria era dar só uma, e guardar-se espetada num quadro de cortiça. Mas eles vieram invadir o meu bonito, parece-me.
Provavelmente, daqui a uns tempos eles vendem também cartas de correio azul, prontas a enviar, corações em ardósia trabalhados à mão e coisas do género. Anda difícil, isto!
Ou isso, ou vou passar a oferecer ervas daninhas. Ou cactos. Plantas que por muito que as mates, elas ficam, renascem, reaparecem, reproduzem, e fazem flores amarelas ou brancas, pequeninas e que depois de pisadas voltam ao sítio. Assim quase como eu, uma erva daninha, faz o que quiseres sobre uma, ela volta a aparecer. A única solução, infelizmente, é quando tu semeias sobre ela uma flor nova.

2 comentários:

jo disse...

Somos da era em que as flores eram somente flores, em que os marroquinos faziam apenas caril de borrego , em que as cartas eram o que mais se ansiava receber.

Sinto falta também da simplicidade da flor roubada à Câmara.
Anda difícil isto.

jo disse...

Embora seja saboroso ter uma frase cúmplice, gostava que fosse mais sorridente a nossa...